sábado, 16 de agosto de 2008


Foto de Graça Martins
As nossas mãos

Num segundo, a tua vida rasgou a minha. Desci a rua, balbuciando palavras desconhecidas, a vida não me havia ensinado a morrer. As nossas mãos tinham-se separado, o meu sorriso não era teu.

João Borges, 2008

Na fidelidade

O que une a fidelidade à paixão é uma luz invisível
no centro de um rosto, filigranas, telas de uma memória
difícil. O que une a fidelidade à fidelidade da
paixão é o limite em que se adormece. Mas não

se desperta dessa luz. Se me prendes, eu fujo no
mar, corro nas falésias, nos perigos da morte e do
entardecer. Se eu te prendo, morro repentinamente
sem dizer toda a verdade sobre o que o mar oculta.

Francisco José Viegas, Desfocados Pelo Vento, Quasi Edições, 2004
BJORK
fotos de João Borges, Zambujeira do Mar, 2008













No corpo esvoaçam as ideias,
como se fossem pássaros perdidos.
Não se vêem as asas nem os vultos
inumeráveis no trajecto, só
as formas que desenham, geométricas
aparições mentais, e a ilusão
das aves que, perdidas, se parecem
a conjuntos de ideias. Da miragem
em tensas conversões, o corpo emana
abstracta figura, erecta e fria

Luís Adriano Carlos, Invenção do Problema, Moraes Editores,1986
















MADONNA

A VERDADEIRA RAINHA DA POP NASCEU HÁ 50 ANOS

Quando chegou a Nova Iorque, Madonna avisou logo que vinha para "conquistar o mundo". Madonna nasceu com a própria cultura popular que a consagrou, afinal, ainda hoje.A história da música popular é também a história das suas relações, muitas vezes tensas, quase sempre ambíguas e perversas, com as instituições, comportamentos e valores dominantes. E, nesse aspecto, a criadora de Like a Virgin tem muito para contar.

Revista do JN