sábado, 16 de maio de 2009

Poema de João Borges

Há um lugar chamado medo

A cidade, ao longe o ruído.
Ficamos sózinhos, peças de xadrez
na mancha escura do silêncio,
de um lado para o outro,
à espera.

Não me disseram que o tempo passaria
e tu também. A morte repetida
como se fosse a primeira vez.
No longo e doloroso abraço,
o sabor amargo da vida
tornou-se lei.

7 comentários:

Anónimo disse...
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Graça Martins disse...

Cara Patrícia
Conheço muito bem. Era uma óptima escritora. Muito mas muito especial. Acho interessante lembrar-se da Clarice Lispector ao ler o poema do João Borges. A Lispector era uma mulher linda e que revelava no olhar uma tristeza incomensurável. Como dizem que o olhar é o espelho da alma...
Encerrava demasiado "NOIR" no interior. O poeta joão Borges também tem algo desse "noir/black".
Dá uma sensibilidade à flor da pele e em segundos atravessa-se demasiados estados de alma opostos.
Vive-se, por vezes numa espécie de sentir borderline. Um desconforto em viver.
Continue para trocarmos ideias.
"Aquele abraço"

Supermassive Black-Hole disse...

"poeta" Joao Borges? quem é esse?

Graça Martins disse...

Se o Black-Hole é black só de nome, nunca entenderá a sensibilidade do poeta João Borges.
Para o compreender é necessário ter alguma vivência. E não estou, sequer, a referir-me a idade. É apenas, uma questão de pele. Há peles que sentem demasiado e há outras que estão endurecidas e incapazes de sentir. No interior dessas pessoas, o deserto cresce.
Só os que sentem podem comunicar e revelar, neste caso, por palavras, o que o colectivo sente mas não sabe nomear.
Aconselho o Black-Hole a ler com mais atenção a poesia do João Borges,para o conhecer melhor...

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Graça Martins disse...

Tem toda a razão Patrícia.
Importante é NÃO TER MEDO DE VIVER.
Sentir todas as nuances que a vida nos revela. Não endurecer a alma como defesa ao sentir.
"Aquele abraço"