quinta-feira, 28 de maio de 2009

José Saramago, Lídia Jorge e Daniel Sampaio apoiam casamento entre homossexuais

Movimento pela legalização do casamento gay vai ser lançado no domingo em Lisboa

O psiquiatra Daniel Sampaio, a constitucionalista Isabel Mayer Moreira e a actriz e escritora Ana Zannati são três das personalidades que, no domingo às 16h, subirão ao palco do cinema São Jorge, em Lisboa, para explicar publicamente as razões pelas quais integram o Movimento Pela Igualdade no acesso ao casamento civil (MPI) e subscrevem o seu manifesto. Imediatamente antes, o documento será lido pela actriz Fernanda Lapa.

Outros apoiantes; Ana Luísa Guimarães, Julião Sarmento, a jurista Teresa Beleza, o jornalista Miguel Sousa Tavares, o cientista Alexandre Quintanilha, humoristas Herman José e Ricardo Araújo Pereira, actores Alexandra Lencastre, Catarina Furtado, Soraia Chaves, Filipe Duarte, Nuno Lopes Pepê Rapazote.

São José Almeida, Público, 27 de Maio, 2009

Imagem de João Guedes


"Governo fascista é a morte do artista"

Do episódio da António Arroio tiram-se várias conclusões. A primeira e mais óbvia é que as aulas de História devem andar pelas ruas da amargura e não apenas em Espinho. É preciso saber poucochinho do passado e também do presente para considerar Sócrates fascista. E é sobretudo necessário ignorar o papel desempenhado por aqueles que designavam vanguardas artísticas na implementação dos totalitarismos, para gritar que "Governo fascista é a morte do artista". Os subsídios aos artistas, os apoios à criação e a ideia de que os governos devem ter uma política cultural própria, tudo isso do agrado dos meninos da António Arroio, faz parte da ideologia fascista. Li que os responsáveis da António Arroio se propôem fazer uma espécie de conferência com os alunos para esclarecer equívocos. Seria muito útil se lhes explicassem o papel desempenhado pelos artístas de vanguarda no Secretariado da Propaganda Nacional dos anos 30 e durante o PREC, em 1975. O país pouparia dinheiro e os artistas ganhariam independência e, consequentemente, qualidade.
Para o fim um pedido ao primeiro-ministro: não saia pela porta das traseiras. Quando for apenas um cidadão, saia como quiser e por onde quiser. Enquanto for primeiro-ministro, coisa que eu espero ansiosamente que finde, saia pela porta da frente. Ao menos isso. Não envergonhe a democracia. Como assinala o blogger Nuno Nogueira Santos, o último primeiro-ministro da ditadura, Marcelo Caetano, quando, no Quartel do Carmo, lhe foi proposto que saísse pelas traseiras respondeu: Não! Só saio daqui pela porta por onde entrei. A porta da frente. "Salgueiro Maia percebeu como sair pela porta da frente era importante para a dignidade de Marcelo Caetano, dos militares que o depunham e do regime que dali nasceria. Com poucos homens e muita coragem Salgueiro Maia levou Marcelo Caetano pela porta da frente. É nestas coisas que as pessoas se distinguem.
Helena Matos, Público, 27 de Maio, 2009









SERRALVES 2009 - "A Colecção"

30 Mai - 27 Set 2009 - MUSEU

Esta exposição da Colecção da Fundação de Serralves apresentará um balanço do trabalho desenvolvido com o acervo ao longo desta última década. Ocupando todo o Museu e o Parque, esta exposição irá apresentar obras maiores, representativas quer do núcleo histórico da Colecção (abrangente das décadas de 60 e de 70) quer das constelações de artistas identificáveis no acervo desde a década de 80 até à actualidade. Esta exposição será um importante momento onde se tornará visível o programa da colecção, assim como as incorporações recentemente efectuadas, que serão mostradas ao público pela primeira vez.

Comissariado: João Fernandes e Ulrich Loock
Produção: Fundação de Serralves