segunda-feira, 1 de março de 2010

Poema de ÁLVARO DE CAMPOS

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.


A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.




Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...


E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...


4 comentários:

CC disse...

Tanto cansaço junto,cansa.Espero que no passado dia 23 fev.,o "teu" cansaço tivesse ficado para outo dia...
Não me esqueci do teu dia especial,
tentei mandar-te uma mensagem por tm, desculpa, tenho um novo e falhou a comunição.Parabéns atrasados.
fica este abraço de Sintra

CC disse...

desculpa os erros ortográficos: estava a escrever à pressa porque o meu tm não parava de tocar.
bjs

Graça Martins disse...

Obrigada Celeste. Vou estar em Lisboa na próxima semana. Até podia ir Sintra com uns amigos. Pensa nisso. Parabéns para ti, também. Este Mês e o seguinte tem muito PEIXE...
Beijinhos da Graça

CC disse...

Só tenho tempo livre aos sábados/domingos: ok telefona,sabes m/tm;
bjs