sábado, 7 de agosto de 2010

Feridas de Infância

Há feridas que, desde o nascimento, nos vão fazendo acumular medos. E máscaras com que os disfarçamos. Identificar essas feridas é uma forma de nos conhecermos melhor.
HÁ CINCO FERIDAS QUE NOS IMPEDEM DE SERMOS NÓS MESMOS : A ferida da rejeição, a do abandono. A da humilhação, a da traição e a da injustiça – palavras da terapeuta canadiana Lise Bourbeau.
A cada ferida corresponde uma máscara.
A ferida mais antiga é a da rejeição, aquela que mais cedo nos faz sofrer. A forma como evitamos que isso aconteça é fugindo, não enfrentando o que nos magoa. A seguir, vem a ferida do abandono. Quem a tem como ferida principal tende a ter um comportamento dependente. Segue-se a ferida da humilhação, a que corresponde a máscara do masoquista. Quem, desde criança, sofreu sobretudo de traição, disfarça a dor que continua a sentir sempre que essa ferida é activada, controlando tudo e todos. E a máscara criada por quem desde cedo sofreu de injustiça é a da rigidez.
Cada ferida resulta de uma longa acumulação de experiencias.
Todos nós temos maneiras de pensar ou crenças que nos impedem de ser aquilo que, no fundo, ambicionamos ser. E quanto mais essas máscaras nos magoam, mais tentámos escondê-las. Quanto mais uma determinada situação ou pessoa nos faz sofrer, mais o problema vem de longe. Criamos máscaras porque queremos esconder, de nós próprios ou dos outros, algo que ainda não quisemos enfrentar.
Essas máscaras são fortes na proporção da gravidade e profundidade da ferida. E a frequência com que as usamos depende da frequência com que a ferida é activada e do grau de sofrimento consequente. Só as usamos, no entanto, quando nos queremos proteger de alguém ou de alguma situação que, ainda hoje, nos faz sofrer.
Só através de uma atitude interior que não seja de revolta face aos acontecimentos da vida é que podemos ir discernindo aquilo que, no fundo nos é favorável ou não.
Ter essa atitude implica reconhecer que são as experiências de vida que nos permitem ir descobrindo quem verdadeiramente somos.
Lise Bourbeau

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