segunda-feira, 12 de abril de 2010

CARLOS AMARAL DIAS ENTREVISTADO

É a favor da adopção por casais do mesmo sexo?
Eu sou favorável. Há uma série de estudos, não são um nem dois, são muitos, sobre as crianças criadas por pais do mesmo sexo. Não se verificam alterações nas escalas de comportamento moral, no desempenho na escola, e não há um maior número de homossexuais.

Os dados científicos provam então que não há quaisquer malefícios para a criança.
Provam, e isso vale a pena ser dito. Eu não tenho nenhuma visão ideológica sobre o assunto. Tenho um ponto de vista objectivo: não há prejuízo para a criança. Este é um debate muito marcado pela ideologia e muito pouco pela ciência. E devia ser marcado pela ciência.

Quando fala na representatividade do masculino e do feminino - o próprio conceito do complexo de Édipo assenta na ideia de a criança perceber que o pai e a mãe são diferentes, identificar-se com um e desejar o outro -, como se processa num casal homossexual?
Da mesma forma que acontece numa criança que perde o pai ou a mãe. Há figuras substitutivas, quantas e quantas existem no quotidiano? O avô, a avó, o tio... Não têm que existir necessariamente em casa. Não há apenas o pai e a mãe, há muitos outros canais.

Essa posição é consensual dentro da classe?
Não. Devo estar numa posição minoritária. Mas nunca deixei que factor ideológico prevalecesse sobre o científico.

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS







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