quinta-feira, 22 de julho de 2010

MARÉS VIVAS - 15, 16 E 17 DE JULHO - GOLDFRAPP, PLACEBO e EDITORS - OS MELHORES NO LUGAR ERRADO







A Cultura dos Concertos/Festivais, a Crise e a Juventude Amolecida

Pela primeira vez, assisti ao Festival Marés Vivas, na Afurada, Gaia.
Não queria acreditar. Foram três dias de S. João no Porto. Espirito de Festival nem vê-lo. O chamado povo e muitos pré-adolescentes só tinham como objectivo formar filas nas barracas da Super Bock e do Licor Beirão. As ofertas de brindes aos consumidores eram aliciantes. Chapéus de palha, lenços para o pescoço e sei lá que mais. Só faltavam os martelinhos. Como observadora que sou reparei que, da parte do público, o maior entusiasmo era atingido com as palmas finais e assobios, numa espécie de histeria colectiva. Porque durante as actuações de GOLDFRAPP, PLACEBO ou EDITORS, o público encontrava-se distraido a clicar nos telemóveis, a transportar copos de cerveja, três e quatro por pessoa e a brincar com os chapéus-brinde. Uma barbárie digna do norte. Há uma diferença abismal de comportamentos entre festivais do Sul e do Norte. O som era desastroso, ao ponto de no segundo dia a banda EDITORS abandonar o palco por 20 minutos, porque estavam a receber choques dos instrumentos musicais. Incomprensão geral do público, pensava que era uma atitude de birra da parte dos Editors. Enfim, foi uma experiência na "máquina do tempo" de regresso à idade média. NUNCA MAIS.