sábado, 13 de agosto de 2011

Poema de ISABEL DE SÁ


DECLÍNIO


O que faz o poeta separar-se do real é a decisão de se tornar concreto para a escrita. Se eu quiser esconder o que sou, recai sobre mim o poderoso rosto da imagem dilacerada.
Invoco o encanto do livro onde sei que as palavras são fugidias, mas isso não atenua o brutal declínio.


O Avesso do Rosto, Editorial Caminho, Lisboa, 1991

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