quarta-feira, 22 de junho de 2011

FOUR TREES de Isabel de Sá




Poema de Diogo Vaz Pinto

UM FIO SOLTO


Encontrá-lo aí mesmo, como se
pendurado no vazio. Desenredá-lo levemente
e puxar, procurando aquele ponto de tensão
sem, no entanto, o encontrar. Puxar mais e
mais, fervorosamente. Daí a nada
mais parece que é o fio que te puxa a ti.
E puxa, horrorizando-te, enquanto
imaginas que costura do teu mundo
agora se descose.



NERVO, AVERNO, 2011