segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dois trabalhos plásticos de Dino Valls


Fragmento de um poema de Ruy Belo



Deixará o poeta anónimas algumas
das palavras que deus lhe pôs na boca
ou  esses longos versos onde cabe a emoção?
Quantas vezes nesse obscuro instinto de escrever
o poema terá sido para ele
mais que o lugar onde ia ver-se livre
das palavras que o sobrecarregavam?
Estará ele disposto a abandonar o requintado gosto
que têm as leituras junto ao vão da janela?

Senhores dos planos de urbanização
responsáveis pela paisagem
cuidado com o poeta na cidade
Não há nem pode crescer na rua
árvore mais inútil que a palavra do poeta