domingo, 10 de dezembro de 2017

Na Lello/Armazéns do Castelo. A Ester Monteiro a fazer o retrato/escultura da Isabel de Sá. As pessoas que fazem do Porto uma Cidade Líquida. Serão 400 os retratados. Poetas e escritores, artistas plásticos, pianistas, arquitetos e pessoas comuns. TODOS contribuem para que o Porto seja a Cidade Líquida...


LIVRARIA LELLO - PORTO







quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Maria Bochicchio e Manuel de Sousa - Preparativos para os Encontros XI - Mário Cesariny. Porto, em colaboração com a Fundação Cupertino de Miranda. Armazéns do Castelo/Livraria Lello.





Algumas imagens dos Armazéns do Castelo - Mário Cesariny - Encontros XI




MÁRIO CESARINY - Encontros XI - Livraria Lello/Armazéns do Castelo. Porto.


Neste Natal a POESIA está em alta. Duas ANTOLOGIAS, dois conceitos. A antologia de Lisboa organizada por José Mario Silva e a antologia do Porto organizada por Luís Adriano Carlos. AMBAS necessárias.


Entrevista de José da Cruz Santos no JL (Jornal de Letras).


Mais uma antologia da poesia portuguesa. Desta vez a escolha de 25 poetas. Organização, prefácio e Notas de Luís Adriano Carlos. Coordenação de rJosé da Cruz Santos. 115 autores. Uma edição Modo de Ler. Porto.


domingo, 19 de novembro de 2017

Isabel de Sá - MANHÃ DE AGOSTO


MANHÃ DE AGOSTO


Nesta manhã de Agosto...
encontrei o papel onde tinha escrito
a idade em que Blaise Cendrars
perdeu a mão direita
e fiquei a sentir a dor
que me atormentava. Não tomei aspirina
nem esqueci a tua carta
de ontem, aquele momento
em que dizes eu querer
arrastar-te comigo "para esse universo
onde a vida é trocada por palavras".

Tenho lido os poetas
da minha geração. Conheço
o primeiro poema, aquele que inaugurou
a vida, também em mim.
Cansada de ir à praia, à piscina,
procuro livros, uma emoção linguística,
o verso desconhecido.
Guardei uma frase de Musil, na caixa
onde tenho os selos, um minúsculo relógio
que decidi não usar.
Não posso viver sem a música de Schubert,
ou aquela peça de Brahms - tudo isto
são palavras, a vida passa-se lá fora,
o Inverno há-de vir e não poderei
totalmente fugir ao desconforto.
Falava-se de As Tulipas
e começo a entender. Esta música,
estas palavras, a morte na dobra do lençol,
meu frio corpo na penumbra, no paraíso inicial
da anestesia. Perdida a razão no inferno
da dor, a cabeça irreal, meu poema
esquecido na margem do sono. A morfina,
as enfermeiras, tudo o que pudesse
polir o tormento.
E hoje acabei
por tomar aspirina, gastar o rosto,
permanecer em casa.


Isabel de Sá, in Os Cem Melhores Poemas Portugueses dos Últimos Cem Anos, Companhia das Letras, Lisboa, 2017

Poema de Isabel de Sá - MANHÃ DE AGOSTO. Os Cem Melhores Poemas dos Últimos Cem Anos. Antologia organizada por José Mário Silva. Lisboa.


Nesta antologia, além dos nomes que aparecem na capa, encontramos poemas de Isabel de Sá, Inês Lourenço, José Emílio-Nelson, Fernando Pinto do Amaral, Rosa Maria Martelo, Hélia Correia, Fernando Echevarria, Ana Luísa Amaral, João Luís Barreto Guimarães, Rui Lage, Luís Quintais, Margarida Vale de Gato, Maria do Rosário Pedreira, Fátima Maldonado, Manuel de Freitas e muitos outros...