quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Dormirás sobre meu ventre
aí depondo teus receios.

Surgirás, em tal beleza, que não mais haverá distinções.
Serás ele. Ela

Isabel de Sá, Repetir o Poema, Quasi Edições, 2005
Poema de ISABEL DE SÁ

Sílvia, chamas-me tão confusamente que me suspendo no sono das palavras.
Dizes amar o que há de duplo em mim, outras facetas,
demorados abraços, um ombro marcado na palidez.
Encosto-me a fitar-te e lenta a voz me apanha
única, pasmada no reconhecimento da linha, a boca escura, clarão, sorriso.
Distancias-me? Não sei que te farei no meu silêncio.
Talvez repartir música em teus lábios, talvez amar-te.
Deixa tombar a nuca, recorda as águas da comporta.

Repetir o Poema, Quasi edições, 2005