segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A LARANJA MECÂNICA DE STANLEY KUBRICK -1971

AS CÉLEBRES MESAS DE ALLEN JONES

Estes objectos/esculturas de Allen Jones, motivaram Stanley Kubrick para a decoração do Bar do Leite no Filme A LARANJA MECÂNICA - 1971




JEMIMA STEHLI - O AUTO-ELOGIO DO NU

A artista britânica Jemima Stehli é conhecida por batalhar contra as noções de narcisismo, usando o seu próprio corpo, nu, como arma de arremesso. Para isso , serve-se da câmara, transformando-se, ela própria, em sujeito e objecto da imagem. (...) É com estas ousadias performativas que Jemima pretende garantir uma osmose entre a escultura e a fotografia, sendo o seu corpo a base da matéria. Helmut Newton, Allen Jones e Larry Bell são algumas das influências da artista, havendo mesmo trabalhos seus que passam por aliar referências icónicas destes criadores. (...)
Texto de Daniel Faiões, Cultura e tendências urbanas
Trabalhos desta artista patentes na Galeria Lisboa 20 Arte Contemporânea, Rua Tenente Ferreira Durão, 18-B, LISBOA . Até 31 de Outubro. Das 14h./20h. Sáb. 12h./20h.





























sábado, 24 de outubro de 2009

PERDER A CABEÇA - Dois trabalhos de Graça Martins



VITÓRIA DE SAMOTRÁCIA - A minha escultura preferida está no Louvre.












Soneto de Giuseppe Gioachino Belli - Tradução de Alexandre O'Neill

LA VITA DELL'OMO

Nove mesi a la puzza: poi in fasciola
tra sbaciucchi, lattime e lagrimoni:
poi p'er laccio, in ner crino, e in vesticciola,
cor torcolo e l'imbraghe per carzoni.

Poi comincia er tormento de la scola,
l'abbeccé, le frustate, li geloni,
la rosalía, la cacca a la sediola,
e un po' de scarlattina e vormijoni.

Poi viè l'arte, er diggiuno, la fatica,
lo spedale, li debbiti, la fica,

er zol d'istate, la neve d'inverno...
per urtimo, Iddio ce' benedica,
è la morte, e finisce co l'inferno.

A VIDA DO HOMEM

Nove meses no fedor, depois nas faixas,
por entre crostas, beijocas, lagrimonas.
Depois à trela, na andadeira, em camisinha,
pára-turras na testa, cueiros por calções.


Depois começa o tormento da escola,
o á-bê-cê, a vergasta e as frieiras,
a rubéola, a caca na cagadeira
e um pouco de escarlatina e de bexigas.

Depois o ofício, o jejum, a trabalheira,
a pensão a pagar, as prisões, o governo,
o hospital, as dívidas, a crica,
o sol no verão, a neve no inverno...
E por último- e que Deus nos abençoe!-
vem a morte, e acaba no inferno.

FOTOS DE PAULO NOZOLINO

PARA SEMPRE, fotografias de PAULO NOZOLINO, fecha com um soneto de GIUSEPPE GIOACHINO BELLI, traduzido por ALEXANDRE O'NEILL, foi diagramado por PAULO DA COSTA DOMINGOS, Setembro de 1982, Lisboa





terça-feira, 20 de outubro de 2009

LINGUAS PERIGOSAS


























postagem do blogue E A Nave Vai

POEMA DE ANA LUISA AMARAL

CONSTELAÇÕES

Usamos todos a ilusão
de fabricar a vida:
história, constelações
de sons e gestos

Usamos todos a suprema glória
do amor: por generosidade
ou fantasia, ou nada, que de nada se fazem
universos

Usamos todos mil chapéus de bicos
mal recortados e de encontro
ao sol:
o nosso mais perfeito em franja e bico
e um arremedo tal e seicentista
que ofuscando-se: o sol

Usamos todos esta condição
de pó de vento, ou de rio
sem pé: único dom de fabricar o tempo
em raiz de palmeira
ou de cipreste

FOTOS DE TRACEY MOFFATT



JODIE FOSTER
Linda em qualquer idade







Postagem do blogue sobre cinema E A Nave Vai

CARTAS DE AMOR - FERNANDO PESSOA

domingo, 18 de outubro de 2009

Postagem dedicada ao Manuel de Freitas












JUKEBOXES LINDAS, E IRMÃS OU PRIMAS DA JUKEBOXE DO CAFÉ ESTÁDIO EM LISBOA








CAFÉ ESTÁDIO - DESENHO DE LUÍS HENRIQUES


POEMAS DO LIVRO ESTÁDIO - MANUEL DE FREITAS

para o Alexandre Sarrazola

Lembro-me, de repente, que já
estive em cada uma destas mesas,
com mortos e vivos que prefiro
não nomear - enquanto se apequena
(ou avoluma?) a nenhuma diferença:
mãos que nos tocaram, que apodrecem,
que brindaram e morreram.
Demasiado connosco, até nisso.

Estas mesas azuis,
tão dolorosamente concretas,
o roxo sem perdão da jukebox.
Parece, de repente, que nunca
falei de outra coisa (e aquilo
de que falei, afinal, não existe).

Vejo as sombras, os rostos
que se despedem, um a um,
da mentira de estarmos vivos.
Peço outra cerveja, inventamos
juntos uma razão para ficar.

Mas eu só gostava, no fundo, que
o inferno também fechasse às duas.

Estádio, (Janeiro-Dezembro de 2007) de Manuel de Freitas, com capa e um desenho de Luís Henriques, é uma edição dos autores composta e paginada por Pedro Serpa. Edição limitada, números assinados. Fevereiro de 2008.
Mais uma visita a Lisboa e paragem obrigatória na Rua Anchieta, Sábado de tarde.
Encontro com o Paulo da Costa Domingos na banca da FRENESI.
Atencão às raridades que pode encontrar nesta feira de livros.
































domingo, 11 de outubro de 2009

Inger Dam-Jensen - Piangerò la sorte mia - Handel

Piangerò la mia sorte











Fragmento de quadro de Graça Martins

WERTHER de GOETHE

(...)Depois de o debater, os sábios concluem que os animais se não suicidam; quando muito, alguns - cavalos, cães - sentem vontade de se mutilar. É, porém, a propósito de cavalos que Werther salienta a nobreza que assinala todo o suicídio:« Fala-se de uma nobre raça de cavalos que, quando terrivelmente excitados, esgotados, têm o instinto de abrir eles próprios uma veia, com uma dentada, para respirar livremente. Assim se passa comigo muitas vezes: desejaria abrir uma veia para garantir a liberdade eterna.»
Fragmentos de um Discurso Amoroso de Roland Barthes

HEDI SLIMANE











WE HAVE DECIDED NOT TO DIE


We Have Decided Not to Die-Daniel Askill-2003-11'
by TiKris

postagem de Ana Abrunhosa em Julho de 2009

FOI HÁ DEZ ANOS

AMÁLIA RODRIGUES


ARY DOS SANTOS

Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.

Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos do nosso entristecer.

Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento

este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos devagar devagar.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

FOTOS DE HEDI SLIMANE






















SONETO I de WILLIAM SHAKESPEARE

Ver um ser belo incita a desejar
Que a Rosa da beleza não pereça;
Mas, como a flor aberta há-de murchar,
Num tenro herdeiro, ao menos, se não esqueça.

Mas tu, que só teus lindos olhos vês,
Gastas contigo todo o teu calor;
Mudas em fome o que a abundância fez;
Cruel, nem a ti próprio tens amor.

Tu, que és do mundo, agora, o ornamento,
Arauto, sem rival, da Primavera,
No teu botão enterras teu contento
E desperdiças quanto em ti prospera.

Tem dó do mundo, ou sê, assim, glutão,
E leva o que lhe deves p'ra o caixão.

domingo, 4 de outubro de 2009

Regressei de Lisboa, depois de uns dias fantásticos, e achei lindo a montra desta livraria. O respeito pelos livros de "culto" da editora & etc de Vitor Silva Tavares.
Situa-se no percurso "intelectual" da cidade - Rua da Misericórdia (onde viveu Luiza Neto Jorge), Rua do Combro (Livraria Letra Livre), Rua do Século, Rua Garrett ( com o famoso café A Brasileira e a escultura de Fernando Pessoa), Rua da Emenda (onde existe a editora &etc), Rua Anchieta ( aos Sábados banca de livros de várias editoras e livrarias), Praça de Camões, Rua da Trindade ( na esquina a Cotovia), Chiado etc.
Consegui adquirir um livro de 2000, de Unica Zurn, o famoso "O Homem Jasmim", publicado pela editora & etc . Unica Zurn viveu durante 15 anos com Hans Bellmer, e foi a sua grande inspiração na fase das bonecas amputadas e fragmentadas. Assim como para Unica Zurn, o contacto com Bellmer despoletou todo um mundo criativo de anagramas obsessivos e de histórias autobiográficas. Este relacionamento terminou com o suicídio de Unica Zurn. Atirou-se de uma janela do atelier de Bellmer, depois de vários internamentos e de fugas do real.


IN THE BED







Fotos de Graça Martins, 2009