terça-feira, 15 de março de 2011

ESPINHOS


TEXTOS PARA NADA



Só as palavras rompem o silêncio, tudo o resto se calou. Se eu me calasse nunca mais ouviria nada. Mas se eu me calasse os outros ruídos começariam, aqueles aos quais as palavras me tornaram surdos, ou que cessaram realmente.


Samuel Beckett

domingo, 13 de março de 2011

Olhando pelo retrovisor de McLuhan


ALEXANDRIA - Rua do Século, Lisboa

O último dos meus três textos sobre “caça” aos livros acaba de ser publicado na revista Os Meus Livros de Dezembro (páginas 34-35). Desta feita, abordei alguns dos alfarrabistas que conheço e que primam por bom serviço e excelentes catálogos. Nestes terei de incluir, a posteriori, a livraria Alexandria, à Rua do Século, 11 (ali mesmo ao lado da livraria da Alêtheia). Tinha já notado os bons livros que levavam ao Anchieta nos Sábados, e decidi dar lá um salto há dias, acabando por ter uma excelente conversa com o livreiro Nuno Franco sobre leilões de livros, Victor Palla, livros de fotografia e um cartaz de Herbert Matter que ele vendeu à Christie’s. Nas estantes, alguns livros a pedirem um regresso e mais atenção, e, sob o tampo de vidro da mesa, um exemplar da edição original de Lisboa Cidade Triste e Alegre. O espaço é pequeno e o horário limitado (das 16 às 19 horas), mas a visita é mesmo obrigatória.
Texto de Pedro Marques a propósito de uma visita que fez ao alfarrabista NUNO FRANCO

sábado, 12 de março de 2011

terça-feira, 8 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 8 de Março


Algumas MULHERES que ADMIRO pela coerência do seu percurso criativo

CINDY SHERMAN


SARAH LUCAS


KATE MILLETT


CAMILLE PAGLIA


HELENA ALMEIDA


ISABEL DE SÁ


MARIA TERESA HORTA


NATÁLIA CORREIA


PAULA REGO


SIMONE DE BEAUVOIR


SUSAN SONTAG

quinta-feira, 3 de março de 2011







NARCISO



Sur l'eau bleue et blonde
Et cieux et forêts
Et rose de l'onde
P. Valéry



"Quando me dizes 'Vem!', já eu parti

e já estou tão próximo de ti
que sou eu quem me chama e quem te chama
e é o meu amor que em ti me ama.

Se me olhas sou eu que me contemplo
longamente através do teu olhar
e moro em ti e sou o lugar
e demoro-me em ti e sou o tempo.

Eu sou talvez aquilo que me falta
(a alma se sou corpo, o corpo se sou alma)
em ti, e afogo-me na tua vida
como na minha imagem desmedida:

Sol, Lua, água, ouro,
horizontalidade, concordância,
indiferente ordem da infância,
união conjugal, morte, repouso."


Manuel António Pina, Cuidados Intensivos, Afrontamento, Porto, 1994

MASSIVE ATTACK - UNFINISHED SYMPATHY

contabilidade de valter hugo mãe


Poema com dedicatória de valter hugo mãe

maldição contra quem não ama quem deve

para a isabel de sá e para a graça martins

o grande amor da sua vida não era aquele homem. tinha-se guardado, quando nova, para um rapaz que vira retirar da mão uma flor. foi por ter visto tal magia que julgava virem as flores da vontade dele e lhe pôs o coração em pensamento. à noite, no silêncio mais absoluto, achava que por dentro o sangue revirava em espirais como pétalas juntando-se. e era verdade que o quarto se perfumava para espanto dos seus familiares. assim, casada com aquele homem, ela pensava apenas que um dia tudo mudaria. à custa dessa ideia, cortou-lhe a cabeça e viu-o morrer sem perder a convicção de que o futuro lhe traria a mais absoluta alegria.

contabilidade, poesia 1996-2010». alfaguara, novembro de 2010, capa com fotografia de nelson d'aires.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Fotógrafa Sufragista MADAME YEVONDE




O teatro e as festas preencheram a infância da menina Yevonde Cumbers, nascida em Londres, em 1893. A política movimentou a sua adolescência, quando aderiu ao movimento sufragista, pelo direito ao voto feminino. As duas etapas foram fundamentais para a formação do trabalho fotográfico de Madame Yevonde (1893-1975), uma das pioneiras da fotografia colorida. A reflexão sobre novos modelos sociais para a mulher é o tema das suas fotografias.
Retratista da aristocracia britânica dos anos 20 foi pioneira na desmontagem do papel que a mulher representava na sociedade. Yevonde perturbou a conservadora sociedade britânica retratando as damas da alta sociedade como deusas gregas. Realizou trabalhos editoriais e publicitários, com clara influência surrealista. Iniciou a sua carreira como fotógrafa apenas com 21 anos.

MADAME YEVONDE


As Mulheres Fatais e as outras...