quarta-feira, 27 de abril de 2011
Poema de ALEXANDRE NAVE
Senhora ao peito, hóstia na boca
cantam as mães virgens de deus
recolhem as flores dos mortos
as botas cardadas cabeças de cristo
benzem as orelhas uns dos outros
já a merda fere devotos no cu,
ficam puros entre os irmãos
a matrícula fria nos pescoços,
chegam raivosos queimados nos altares
vão com o dia defuntos ao terço
dias inteiros,
como deus caísse.
E deitam-se de peito a escutar,
descobrem no cu o buraco de deus.
Vão Cães Acesos pela Noite, Quasi Edições, 2006
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