sexta-feira, 8 de agosto de 2008

DOIS POEMAS DE JOÃO BORGES

Longamente A Madrugada

Aqui me levantei. Aqui me deito.
Alguém anda em círculos,
o meu nome impõe-se.
Longamente a madrugada.
Desconhecidos um do outro
chegamos ao mesmo lugar.
De mim terias o corpo,
os lugares e o desejo.
Lentamente a madrugada e a luz dos teus olhos.

Um Corpo Transparente

Se me dissessem da existência da invisibilidade
eu ficaria interessado.
Nada mais prático do que um corpo transparente.
A minha voz irrompe e sinto que nada sei sobre mim.
Aqueço-me na respiração do outro.

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