sábado, 15 de janeiro de 2011
MEDITAÇÃO COM NATUREZA MORTA
a Fátima Maldonado
a toalha de mesa surge no primeiro plano
e a pálpebra semiaberta de um fruto perde-se
no amargo traço de uma boca que assinala
o tempo
organizo
os frutos em sequência de cor
primeiro os azuis cobalto e os negros depois
os amarelos das ardentes fúcsias evocam
misteriosas presenças
pouso os pincéis perto da janela
avisto uma folha de revista à chuva e
no vento três pêssegos movem-se
ao fundo
as mãos líquidas revelando quem medita
sentado sob o melancólico pes da luz
que constroi e define a casa
Al Berto
O MEDO, Contexto, Lisboa, 1987
a toalha de mesa surge no primeiro plano
e a pálpebra semiaberta de um fruto perde-se
no amargo traço de uma boca que assinala
o tempo
organizo
os frutos em sequência de cor
primeiro os azuis cobalto e os negros depois
os amarelos das ardentes fúcsias evocam
misteriosas presenças
pouso os pincéis perto da janela
avisto uma folha de revista à chuva e
no vento três pêssegos movem-se
ao fundo
as mãos líquidas revelando quem medita
sentado sob o melancólico pes da luz
que constroi e define a casa
Al Berto
O MEDO, Contexto, Lisboa, 1987
não
não tenho medo de morrer aqui
nem receio os cães velocíssimos de guarda
ás azenhas não reveladas de teu corpo...
...medo da memória
sim...receio que as cabeças tristes dos galgos
aqueçam na fulguração breve dos relâmpagos
e corram repentinamente para fora do papel fotográfico
destruindo estes preciosos trabalhos do olhar...
Al Berto
não tenho medo de morrer aqui
nem receio os cães velocíssimos de guarda
ás azenhas não reveladas de teu corpo...
...medo da memória
sim...receio que as cabeças tristes dos galgos
aqueçam na fulguração breve dos relâmpagos
e corram repentinamente para fora do papel fotográfico
destruindo estes preciosos trabalhos do olhar...
Al Berto
O MEDO, Contexto, Lisboa, 1987
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