quinta-feira, 21 de abril de 2011













Foto de Sandra Juto

Poema de João Borges



Com o corpo todo à espera
entro para a neblina.
Alameda vazia, silêncio.
Casas erguidas
para fazer um caminho.

Com o corpo todo à espera
chamo-te, sem saber o
nome, sem luz, sem imagem.
Fantasmas prolongam
os passos, adiam a casa.

Com o corpo todo à espera
silencio a vontade
de me aproximar, viver.
Respiro a humidade
do nevoeiro, sempre à espera



Ao Vento Em Terramotos, edição cofre nocturno, Lisboa, 2011























Foto de Sandra Juto

Poema de JOÃO BORGES



O nome está no ruído
que desmorona noite dentro.
A chuva corrói a pele
em pleno deserto.

Dentro dos teus passos
há um segredo do tamanho
da luz.
Ao pressentir a escuridão
do vazio,
os braços inclinam-se
para ti.


Ao Vento Em Terramotos, edição cofre nocturno, lisboa, 2011

Fotos de STEVEN MEISEL