sexta-feira, 5 de março de 2010

8 DE MARÇO - DIA DA MULHER

A VASSOURA E AS PERNAS CONTINUAM...ATÉ QUANDO?




MARIA ISABEL BARRENO


MARIA TERESA HORTA


MARIA VELHO DA COSTA


O LIVRO POLÉMICO DAS TRÊS MARIAS

NOVAS CARTAS PORTUGUESAS


AS FEMINISTAS TRÊS MARIAS E O LIVRO POLÉMICO "NOVAS CARTAS PORTUGUESAS"

Em 1972, dois anos antes da Revolução dos Cravos e da independencia das colónias portuguesas no continente africano, publicou-se “As Novas Cartas Portuguesas”, pelas chamadas três Marias (as autoras, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa); tal obra foi considerada uma ofensa ao regime e proibida; foi aberto um processo contra as autoras, ficaram famosas - foram proibidas de sair do país e não podiam ser referidas na imprensa, só se livrariam do processo após o 25 de Abril de 1974. Os textos foram considerados “imorais” e “pornográficos”, pois retratavam mulheres livres, que questionam a sua identidade e expressam o desejo de propor novas ideias sociais e religiosas; em tom de revelação, com várias vozes narrativas, a obra questiona os paradoxos possíveis na relação entre homens e mulheres.
Tal livro, composto por textos em prosa e em verso, pode ser considerado o introdutor do pensamento feminista na literatura portuguesa. As mulheres começam a falar sobre o seu corpo, sobre os prazeres e sofrimentos da sua relação carnal com os homens, e chocam a sociedade portuguesa. O livro é composto de fragmentos, o que expressa a própria concepção da mulher portuguesa, mas transmitindo uma só mensagem: a mulher também tem voz, e sabe falar.

As três escritoras assinam a obra em conjunto e jamais revelaram qual delas compôs cada fragmento. Vários estudos académicos foram realizados na tentativa de atribuir a autoria dos diversos textos, que compõem o livro, a partir da sua comparação com as obras literárias, posteriormente lançadas pelas autoras individualmente.

ANA DE CASTRO OSÓRIO - A PRIMEIRA FEMINISTA PORTUGUESA

Escritora, feminista e activista republicana, nasceu em 1872 e morreu em 1935. É considerada a fundadora da literatura infantil no nosso país. Escreveu alguns livros que foram utilizados como manuais escolares e publicou ainda uma obra marcante na sua época, a colecção Para as Crianças, que lhe ocupou perto de quatro décadas de trabalho.
O seu livro «As Mulheres Portuguesas» (1905) é uma colectânea de artigos fundamentais, sobre as principais questões femininas que nunca conheceu reedição, onde exorta as mulheres ao “trabalho e ao estudo”, que considera “passo definitivo para a libertação feminina” ,apelando para que as mulheres não façam do amor “o ideal único da existência”.
Ser feminista, diz, é “desejá-las criaturas de inteligência e de razão”.
Sobre a rapariga portuguesa da época é implacável e irónica: “não tem opiniões para não ser pedante, não lê para não ser doutora e não ver espavoridos os noivos”. Defende a igualdade de salários, “por igual trabalho, igual paga” e afirma que “nada mais justo, nada mais razoável, do que este caminhar seguro, embora lento, do espírito feminino para a sua autonomia.