quarta-feira, 14 de setembro de 2011
LAMENTAÇÃO DE ADRIANO SOBRE A MORTE DE ANTINOO
Não escreverei mais o meu nome em letras gregas sobre a cera das tabuinhas
Porque estás morto
E contigo morreu o meu projecto de viver a condição divina
Sophia de Mello Breyner Andresen
Porque estás morto
E contigo morreu o meu projecto de viver a condição divina
Sophia de Mello Breyner Andresen
Poema de SOPHIA DE MELLO BRYNER ANDRESEN
ROSTO
Onde os outros puseram a mentira
Ficou o testemunho do teu rosto
Puro e verdadeiro como a morte
Ficou o teu rosto que ninguém conhece
O teu desejo sempre anoitecido
Ficou o ritmo exacto da má sorte
E o jardim proibido.
Onde os outros puseram a mentira
Ficou o testemunho do teu rosto
Puro e verdadeiro como a morte
Ficou o teu rosto que ninguém conhece
O teu desejo sempre anoitecido
Ficou o ritmo exacto da má sorte
E o jardim proibido.
Poema de João Borges
A LUZ DA MORTE
Um rapaz cantava a morte
e a sua voz exalava doçura
Pedi-lhe que cessasse
o canto triste, o suicídio.
Respondeu-me"Eu canto a vida"
Esperei, então, o momento
em que a treva venceria
ou o choro me salvasse.
AS SOMBRAS DE UM CORPO SÓ, Lisboa, 2011
Um rapaz cantava a morte
e a sua voz exalava doçura
Pedi-lhe que cessasse
o canto triste, o suicídio.
Respondeu-me"Eu canto a vida"
Esperei, então, o momento
em que a treva venceria
ou o choro me salvasse.
AS SOMBRAS DE UM CORPO SÓ, Lisboa, 2011
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