quarta-feira, 11 de julho de 2012

Francis Campbell Boileau Cadell

Um belo Soneto de Shakespeare

XVIII

Devo igualar-te a dia de Verão?
És mais encantador, mais temperado:
Em Maio, o vento agita-lhe o botão,
E o bem do Estio foge apressurado.

Sei que o olhar do Céu chega a queimar,
E o seu aspecto de  ouro se embacia;
O belo pode às vezes declinar,
Se acaso a Natureza se transvia:

Mas teu eterno Estio não se vai,
Nem perdes a beleza que deténs;
Da Morte o manto sobre ti não cai,
Se em verso perdurarem os teus bens:

Enquanto alguém respire e possa ver,
Enquanto isto existir, hás-de viver.



Tradução em verso de Maria do Céu Saraiva Jorge