domingo, 18 de outubro de 2009

Postagem dedicada ao Manuel de Freitas












JUKEBOXES LINDAS, E IRMÃS OU PRIMAS DA JUKEBOXE DO CAFÉ ESTÁDIO EM LISBOA








CAFÉ ESTÁDIO - DESENHO DE LUÍS HENRIQUES


POEMAS DO LIVRO ESTÁDIO - MANUEL DE FREITAS

para o Alexandre Sarrazola

Lembro-me, de repente, que já
estive em cada uma destas mesas,
com mortos e vivos que prefiro
não nomear - enquanto se apequena
(ou avoluma?) a nenhuma diferença:
mãos que nos tocaram, que apodrecem,
que brindaram e morreram.
Demasiado connosco, até nisso.

Estas mesas azuis,
tão dolorosamente concretas,
o roxo sem perdão da jukebox.
Parece, de repente, que nunca
falei de outra coisa (e aquilo
de que falei, afinal, não existe).

Vejo as sombras, os rostos
que se despedem, um a um,
da mentira de estarmos vivos.
Peço outra cerveja, inventamos
juntos uma razão para ficar.

Mas eu só gostava, no fundo, que
o inferno também fechasse às duas.

Estádio, (Janeiro-Dezembro de 2007) de Manuel de Freitas, com capa e um desenho de Luís Henriques, é uma edição dos autores composta e paginada por Pedro Serpa. Edição limitada, números assinados. Fevereiro de 2008.
Mais uma visita a Lisboa e paragem obrigatória na Rua Anchieta, Sábado de tarde.
Encontro com o Paulo da Costa Domingos na banca da FRENESI.
Atencão às raridades que pode encontrar nesta feira de livros.