quinta-feira, 6 de agosto de 2009
POEMA DE ARMINDO RODRIGUES
LIBERDADE
Ser livre é querer ir e ter um rumo
e ir sem medo,
mesmo que sejam vãos os passos.
É pensar e logo
transformar o fumo
do pensamento em braços.
É não ter pão nem vinho,
só ver portas fechadas e pessoas hostis
e arrancar teimosamente do caminho
sonhos de sol
com fúria de raiz.
É estar atado, amordaçado, em sangue , exausto
e, mesmo assim,
só de pensar
gritar
e só de pensar ir
ir e chegar ao fim.
LIBERDADE
Ser livre é querer ir e ter um rumo
e ir sem medo,
mesmo que sejam vãos os passos.
É pensar e logo
transformar o fumo
do pensamento em braços.
É não ter pão nem vinho,
só ver portas fechadas e pessoas hostis
e arrancar teimosamente do caminho
sonhos de sol
com fúria de raiz.
É estar atado, amordaçado, em sangue , exausto
e, mesmo assim,
só de pensar
gritar
e só de pensar ir
ir e chegar ao fim.
POEMA DE ADÍLIA LOPES
Clarisse Lispector,
a senhora não devia
ter-se esquecido
de dar de comer aos peixes
andar entretida
a escrever um texto
não é desculpa
entre um peixe vivo
e um texto
escolhe-se sempre o peixe
vão-se os textos
fiquem os peixes
como disse Santo António
aos textos
Do outro lado
da ponte
está um monte
e do outro lado
do monte
está uma fonte
A vida, Augusto Comte, é um mar de miosótis
a vida é andar para cá e para lá
de "Clube da Poetisa Morta, Obra, Lisboa, Mariposa Azul, 2000
Clarisse Lispector,
a senhora não devia
ter-se esquecido
de dar de comer aos peixes
andar entretida
a escrever um texto
não é desculpa
entre um peixe vivo
e um texto
escolhe-se sempre o peixe
vão-se os textos
fiquem os peixes
como disse Santo António
aos textos
Do outro lado
da ponte
está um monte
e do outro lado
do monte
está uma fonte
A vida, Augusto Comte, é um mar de miosótis
a vida é andar para cá e para lá
de "Clube da Poetisa Morta, Obra, Lisboa, Mariposa Azul, 2000
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