sexta-feira, 15 de julho de 2011

Duarte Vitória - Trabalho plástico

ESCASSEZ - Gastão Cruz

14

Às vezes despedimo-nos tão cedo
que nem lágrimas há que nos suportem o
peso da voz à solidão exposta
ou
de lisboa no corpo o peso triste

Às vezes é tão cedo que nos vemos
omitidos
enquanto expõe
o peso insuportável do amor
a despedida

É tão cedo por vezes que lisboa
estende sobre os corpos o desgosto

Com os dedos no crânio despedimo-nos


ORGÃO DE LUZES, Imprensa Nacional Casa da Moeda, Lisboa, 1990

Poema de Gastão Cruz

O CAOS DO SONHO


Estou deitado no sonho não
perturbes o caos que me constrói
Afasta a tua mão

das pálpebras molhadas
Debaixo delas passa
a água das imagens


ORGÃO DE LUZES, Biblioteca de Autores Portugueses, Imprensa Nacional Casa da Moeda, Lisboa, 1990