Adolescentes repentinos, não sabem, apenas o tormento de um excesso giratório. Com as cabeças zoológicas. Os aneis nas patas. Oprime-os para dentro um clarão dançante. Aquilo que são fora. A cegueira dos cifres que levantam como uma enorme estrela desabraçada. A sua ligeireza busca o peso da pedra. E o peso que têm de pura luz sem peso, o movimento sinistro no chão, o terror, uma riqueza violenta - buscam alguém que os toque. Na boca
Que os torne transparentes, circulatórios. E quando as turquesas se cruzam de mão a mão, deixando-as em brasa, vê-se que são anjos tocados pelas víboras, anjos anatómicos e atrozes. Expostos à lua como animais. Que são escuros nas espáduas. Devastam o mundo só de olhá-los com força. O sono que os ataca mostra-os cheios de artérias. E então a delicadeza pesa-lhes como a morte. Basta tocá-los na cara para que fiquem brancos. Atravessá-los com o sangue venoso da insónia, da nossa matéria.
E então a sua carne é uma estrela suada.
FLASH, edição de autor, tiragem de 250 exemplares, fora do mercado, 1980