segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Gastão Cruz

Revimos a grosseira superfície do
amor
Ninguém pudera corrompê-la tanto
por actos e palavras Estivemos
novamente deitados na aspereza
do seu leito
Um ramo na mão tinhas e quiseste
medi-lo com os lábios e metê-lo

no centro doloroso do teu corpo
Eu via as tuas mãos que procuravam
inseri-lo e guardavam
nas linhas ávidas o seu limite grosso
Interrompeste o
sono magoado do meu corpo
e comigo
dormiste sobre as manchas depois

2 comentários:

Supermassive Black-Hole disse...

mas que máximo...

Graça Martins disse...

O poema é fantástico.
O Gastão Cruz é um óptimo poeta.
Para este poema só a beleza de um jarro, com a dureza do seu caule e o olhar especial do Mapplethorpe.
Ainda bem que gostaste.