domingo, 2 de agosto de 2009

ALLEN GINSBERG

AMÉRICA

América dei-te tudo e agora não sou nada.
América dois dólares e vinte e sete cêntimos em 17 de Janeiro de 1956
Não aguento a minha própria mente.
América quando poremos fim à guerra entre os homens?
Vai-te lixar com a tua bomba atómica.
Não me sinto nada satisfeito não me chateies.
Não vou escrever o meu poema enquanto não estiver perfeitamente equilibrado.
América quando serás tu angélica?
Quando é que te despes?
Quando é que olharás para mim através do sepulcro?
Quando é que serás digna do teu milhão de trotzkistas?
América porque estão as tuas bibliotecas cheias de lágrimas?
América quando é que enviarás os teus ovos para a Índia?
Estou farto das tuas exigências loucas.
Quando poderei eu entrar no supermercado e comprar tudo o que preciso com a minha beleza?
(...)


Antologia da Novissima Poesia Norte Americana, Manuel de Seabra, Editorial Futura, 1973

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