sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O HERÓI

Foi a vez de Há Lodo no Cais
em 1954. O genial Marlon
que também é Brando, amante
de pombos, martiriza-se até
à denuncia da tirania. Faz-se
pessoa gerando a solidariedade.
O herói da dureza,
da semidelinquência, é um homem
ferido, de algum modo traído
pela teia da vida.
Na juventude a cabeça sumptuosa
é escultura carnal. Na maturidade
de O Último Tango, o sedutor
de humor variável mata
a beleza num gesto borderline.

Isabel de Sá, Repetir o Poema, edições quasi, 2005

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