Rebelde, duro ou sensível, Paul Newman foi, para lá do ideal de beleza masculina que corporizou com rara longevidade, um dos mais belos. Mas a beleza - que foi sua, quer nos anos de juventude, quer nos anos de maturidade - foi por vezes também, ele próprio o assumiu, um obstáculo ao seu crescimento como actor. Várias vezes ao longo da sua carreira, Paul Newman confessou a sua pena por não ter o dom da versatilidade de nomes grandes como Laurence Olivier ou Alec Guinness. Lee Strasberg terá mesmo dito que, não fôra Newman tão bonito, e a densidade das suas interpretações teria sido bem diferente, porventura próxima da marca pessoalíssima que Marlon Brando deixou quando se envolvia a cem por cento num projecto.Nos primeiros anos, a semelhança física entre ambos foi, aliás, flagrante, sendo Newman não raras vezes confundido com ele nas ruas. Mais tarde, e com o seu habitual sentido de humor, confessaria ter dado algumas centenas de autógrafos - talvez meio milhar - em nome de Brando, por se sentir incapaz de defraudar as expectativas dos fãs que julgavam ter-se finalmente cruzado com o actor. Apesar do engano, nenhum o terá certamente levado a mal. Quem poderia?
No passado, como no futuro, serão sempre seus os mais belos olhos azuis da história do cinema.
No passado, como no futuro, serão sempre seus os mais belos olhos azuis da história do cinema.
Sem comentários:
Enviar um comentário