Levinas, em A Utopia do Humano, descreve como o homem se vê entregue à influência do ser, ao seu anonimato tenebroso que faz desaparecer todas as formas e que, em breve, submerge. Ao terror de sentir a despersonalização que se lhe segue, chama ele de experiência do há. Esta reflexão faz eco, em primeiro lugar, das recordações da infância: «Dorme-se sozinho, os adultos continuam a vida; a criança sente o silêncio do seu quarto como sussurante. Ela está acordada? Nesse silêncio e nessa solidão nocturnos, só permanecem, com efeito, o peso do ser e a monotonia absurda do tempo, incapazes de dar sentido à identidade.»
Levinas in A Utopia do Humano
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