EM ENTRELINHAS
Tem furos na consciência, este rapaz. Tem a memória
em cacos. Que fará da minha infância quando entrar no
rasgão com que deu a todo o comprimento dela? Que sabe
ele do labirinto onde uma letra se extravia ou do horizonte
em que pressinto um sublinhado? Ignoro o que ele fará,
bem como o que dirá ao ver num poema o céu em entre-
linhas.
A Inércia da Deserção, editora & etc, Lisboa, 1981
3 comentários:
este é que era...
este também desertou para o Paraíso... Vamos ficar eternamente à espera de Godot...
Não estará equivocada no título do livro? Digo isto sem o ter,poderá até constar igualmente nesse livro, mas digo isto porque o mesmo é um dos do livro "Onde à nudez".
Gosto muito deste espaço.
Cumprimentos.
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