sábado, 18 de julho de 2009

POEMA DE JOÃO BORGES


O deserto tem este travo
de morte distante, faz-me
anticorpo para o meu corpo,
putrefacto e lento,
desleal ao mundo.

Um dia acordei e era isto.

Acordei tarde e fiquei preso
ao silêncio de ter perdido o dia.
Esperei pela noite
para beber um pouco,
fumar uns cigarros no bar do costume
e passear sózinho
pela alameda às seis da manhã
com a tua casa atrás de mim,
como uma sombra
a sublimar o medo.

3 comentários:

Patrícia disse...

Graça,
Esse João faz minha cabeça.
Obrigada por nos apresentar.
Seu blog é incrível! Sempre me surpreende. Mais uma vez, parabéns!
Aquele Abraço

Graça Martins disse...

Obrigada Patrícia
Sempre é uma visita que atravessou muito céu e mar.
Também gosta dos poemas do João Borges. Claro. Batem a fundo na alma e abanam o coração.
Aquele abraço

Graça Martins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.