3 ACONTECIMENTOS SIGNIFICATIVOS NESTE FIM DE SEMANA
1º - Uma tarde a conversar com um adolescente
2º - Leitura de um livro de Daniel Sampaio ( Tudo o Que Temos Cá Dentro),Editorial Caminho, 2ªedição, 2000, Lisboa
3º- Alice no País das Maravilhas - Cinema
Falo destes três acontecimentos porque para mim há um fio que os une:
1º - Uma tarde a conversar com um adolescente
2º - Leitura de um livro de Daniel Sampaio ( Tudo o Que Temos Cá Dentro),Editorial Caminho, 2ªedição, 2000, Lisboa
3º- Alice no País das Maravilhas - Cinema
Falo destes três acontecimentos porque para mim há um fio que os une:
O CRESCIMENTO INTERIOR/EMOCIONAL
No 1ºponto , a dificuldade em acertar as ideias, o desvio constante, o medo, a insegurança, a mentira para o próprio (adolescente), e para o mundo.
E quem assiste a um discurso destes, relembra o seu com aquela idade. A hostilidade de uma sociedade reaccionária, fechada, apenas conduzida pelo discurso da Fé e pelo obscurantismo. A força e rebeldia que os adolescentes nessa época revelaram. Mas, agora, os adolescentes, com bastantes exigências resolvidas rejeitam lutar e culpam a escola, os professores, os colegas, dizem-se vitimas de bullying, tentam suicidar-se e alguns até conseguem. Mas que sociedade é esta? São adolescentes hedonistas? Demasiado frágeis? Por que razão? O bullying sempre existiu em todas as épocas. Todos fomos vitimas, de uma maneira ou de outra...
Estão sempre cansados? Só querem festas e fantasia, álcool e charros? E a família? Fala com eles, interessa-se por eles, sabe se alguns dos filhos são gays, se as filhas estão grávidas ou vivem algum desgosto de amor, uma paixão não correspondida? Ou só coloca dinheiro na conta para os levantamentos e não pergunta nada?
2ºponto – O Livro ( Tudo o Que Temos Cá Dentro) de Daniel Sampaio – Um livro interessantíssimo como, aliás, todos os livros deste psiquiatra. “A partir de um caso clínico real ( um jovem perturbado pelo suicídio daquela que ele nem pode definir como namorada, tão fugaz foi o relacionamento dos dois – do ponto de vista dele – e apesar disso, ou talvez por isso, tão intenso – do ponto de vista dela)”. A partir desta situação a perturbação do rapaz, que não consegue fazer o luto, desencadeia um estado depressivo, origina uma psicoterapia em que toda a família é envolvida, e descobre-se nessas sessões a incomunicabilidade da família, a mentira, a hipocrisia, a ocultação de factores que serão cruciais para o desenvolvimento do rapaz e para a sua libertação desse estado de sofrimento. Nada pior para um adolescente que a falta de diálogo, com a família, um professor, um amigo. As emoções desencadeadas no confronto com os outros, as diferenças de idade nesses confrontos são essenciais. Só assim a evolução natural e a segurança interior pode acontecer. Porque os mais velhos já estão neste mundo/sociedade, já venceram e conseguiram. Quando os adultos fogem do confronto com os jovens, não querem perceber ou disponibilizar-se para os ouvir, quando têm medo até de os contrariar, não estão a ajudar que um adolescente cresça. É mais fácil resolver tudo no Multibanco.
3ºponto – O Filme ( Alice no País das Maravilhas) de Tim Burton
O realizador dá continuidade à conhecida história de Lewis Carroll. Alice é agora uma rapariga que vai fazer 20 anos. Uma adolescente.
O mergulho de Alice não é apenas em direcção a um mundo de fantasia, mas também a um mundo negro, subterrâneo, em que as relações de poder definem os papeis, e os oprimidos sonham com a revolta. Alice embarca numa fantástica viagem para encontrar o seu verdadeiro destino, e acabar com o reino de terror da rainha vermelha. Alice é uma adolescente que coloca sempre no seu quotidiano a fantasia, Alice chegou depressa aos 20 anos e é obrigada pela família a tomar uma decisão, CASAR com um Lord de quem não gosta, enquanto tem uma cara bonita, porque senão fica para sempre uma tia velha, sem homem. Uma premissa deliciosa, que coloca questões sociais muito interessantes. Na frente da “traição”familiar e social, para Alice tomar uma decisão, já com festa de noivado, Alice foge e vai atrás de um coelho. A partir desse mergulho, Alice sofre emoções ambivalentes. Afinal o mundo da fantasia, o retardar o crescimento, as decisões, não é tarefa fácil. Acaba por ser obrigada a enfrentar um monstro para salvar a honra de um grupo de oprimidos, e ao fazer essa opção, vence o obstáculo (decapita o monstro), e prepara-se para enfrentar a família, regressando ao lugar onde tinha mergulhado. Um final fantástico em que Alice tem a coragem de recusar o casamento, e segue o seu destino como empresária numa viagem até ao Oriente. O mundo do trabalho espera Alice, e ela já não está insegura. Um final muito realista.
Ao longo da História, da Arte, sempre existiu este tema. É PRECISO PERDER O MEDO E ENFRENTAR A REALIDADE. CRESCER É NÃO TER MEDO. É TER UM PROJECTO DE VIDA E PERSEGUI-LO.
No 1ºponto , a dificuldade em acertar as ideias, o desvio constante, o medo, a insegurança, a mentira para o próprio (adolescente), e para o mundo.
E quem assiste a um discurso destes, relembra o seu com aquela idade. A hostilidade de uma sociedade reaccionária, fechada, apenas conduzida pelo discurso da Fé e pelo obscurantismo. A força e rebeldia que os adolescentes nessa época revelaram. Mas, agora, os adolescentes, com bastantes exigências resolvidas rejeitam lutar e culpam a escola, os professores, os colegas, dizem-se vitimas de bullying, tentam suicidar-se e alguns até conseguem. Mas que sociedade é esta? São adolescentes hedonistas? Demasiado frágeis? Por que razão? O bullying sempre existiu em todas as épocas. Todos fomos vitimas, de uma maneira ou de outra...
Estão sempre cansados? Só querem festas e fantasia, álcool e charros? E a família? Fala com eles, interessa-se por eles, sabe se alguns dos filhos são gays, se as filhas estão grávidas ou vivem algum desgosto de amor, uma paixão não correspondida? Ou só coloca dinheiro na conta para os levantamentos e não pergunta nada?
2ºponto – O Livro ( Tudo o Que Temos Cá Dentro) de Daniel Sampaio – Um livro interessantíssimo como, aliás, todos os livros deste psiquiatra. “A partir de um caso clínico real ( um jovem perturbado pelo suicídio daquela que ele nem pode definir como namorada, tão fugaz foi o relacionamento dos dois – do ponto de vista dele – e apesar disso, ou talvez por isso, tão intenso – do ponto de vista dela)”. A partir desta situação a perturbação do rapaz, que não consegue fazer o luto, desencadeia um estado depressivo, origina uma psicoterapia em que toda a família é envolvida, e descobre-se nessas sessões a incomunicabilidade da família, a mentira, a hipocrisia, a ocultação de factores que serão cruciais para o desenvolvimento do rapaz e para a sua libertação desse estado de sofrimento. Nada pior para um adolescente que a falta de diálogo, com a família, um professor, um amigo. As emoções desencadeadas no confronto com os outros, as diferenças de idade nesses confrontos são essenciais. Só assim a evolução natural e a segurança interior pode acontecer. Porque os mais velhos já estão neste mundo/sociedade, já venceram e conseguiram. Quando os adultos fogem do confronto com os jovens, não querem perceber ou disponibilizar-se para os ouvir, quando têm medo até de os contrariar, não estão a ajudar que um adolescente cresça. É mais fácil resolver tudo no Multibanco.
3ºponto – O Filme ( Alice no País das Maravilhas) de Tim Burton
O realizador dá continuidade à conhecida história de Lewis Carroll. Alice é agora uma rapariga que vai fazer 20 anos. Uma adolescente.
O mergulho de Alice não é apenas em direcção a um mundo de fantasia, mas também a um mundo negro, subterrâneo, em que as relações de poder definem os papeis, e os oprimidos sonham com a revolta. Alice embarca numa fantástica viagem para encontrar o seu verdadeiro destino, e acabar com o reino de terror da rainha vermelha. Alice é uma adolescente que coloca sempre no seu quotidiano a fantasia, Alice chegou depressa aos 20 anos e é obrigada pela família a tomar uma decisão, CASAR com um Lord de quem não gosta, enquanto tem uma cara bonita, porque senão fica para sempre uma tia velha, sem homem. Uma premissa deliciosa, que coloca questões sociais muito interessantes. Na frente da “traição”familiar e social, para Alice tomar uma decisão, já com festa de noivado, Alice foge e vai atrás de um coelho. A partir desse mergulho, Alice sofre emoções ambivalentes. Afinal o mundo da fantasia, o retardar o crescimento, as decisões, não é tarefa fácil. Acaba por ser obrigada a enfrentar um monstro para salvar a honra de um grupo de oprimidos, e ao fazer essa opção, vence o obstáculo (decapita o monstro), e prepara-se para enfrentar a família, regressando ao lugar onde tinha mergulhado. Um final fantástico em que Alice tem a coragem de recusar o casamento, e segue o seu destino como empresária numa viagem até ao Oriente. O mundo do trabalho espera Alice, e ela já não está insegura. Um final muito realista.
Ao longo da História, da Arte, sempre existiu este tema. É PRECISO PERDER O MEDO E ENFRENTAR A REALIDADE. CRESCER É NÃO TER MEDO. É TER UM PROJECTO DE VIDA E PERSEGUI-LO.
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