domingo, 25 de abril de 2010

O MEU TEMA PREFERIDO...

Que se verifica na psicanálise?

Quando uma análise individual é suficientemente desenvolvida, quando o inconsciente pessoal é limpo, descascado e purgado, desembaraçado dos seus «bloqueios», dos seus complexos patológicos, das suas angústias, das suas inibições, das suas regressões, etc., desemboca-se num novo território do inconsciente, vasto e grandioso - o inconsciente colectivo e os seus arquétipos, fontes de energias por vezes prodigiosas.

Este inconsciente é semelhante a uma terra que, a cem metros de profundidade, contivesse uma toalha de petróleo, imutável desde há milhares de anos. Durante a análise, o paciente torna-se então como um espeleólogo que, após ter percorrido, ofegante, negros labirintos (o seu Inconsciente Pessoal), mergulhasse na luz de uma vasta sala onde se reencontrassem acumuladas, sempre actuantes, as riquezas dos homens que nos precederam durante milénios.
Certas condições são, pois, indispensáveis para se ter acesso ao inconsciente colectivo.
Porquê?
O inconsciente pessoal é individual. É são ou doente, mas, de qualquer maneira, contém a soma das nossas experiências pessoais. Suponhamos que contém um «complexo». Tal complexo é, evidentemente, de carácter negativo. Quero eu dizer que este complexo impede a acção livre. Bloqueia a energia, em vez de a distribuir. Enquanto a pessoa tropeçar contra este complexo, ser-lhe-á impossível descer à parte correspondente do inconsciente colectivo.
O inconsciente colectivo estará reservado exclusivamente a uma »elite»? De modo nenhum; contudo, só é acessível aos que se tornaram suficientemente conscientes de si próprios e se libertaram dos seus complexos patológicos. É evidente, pois, que só se aborda o inconsciente no fim da análise. (...)
Um mundo de quimeras
Em psicologia humana, reina uma lei implacável. Ei-la: «Tudo que flutua no inconsciente corre o risco de ser projectado». Por outras palavras: tudo o que erra no inconsciente, tudo o que não está «integrado» na personalidade, corre o risco de ser projectado no exterior. (...)
OS TRIUNFOS DA PSICANÁLISE, Pierre Daco, II Volume, Portugália, tradução de António Ramos Rosa,

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