Pela primeira vez, assisti ao Festival Marés Vivas, na Afurada, Gaia.
Não queria acreditar. Foram três dias de S. João no Porto. Espirito de Festival nem vê-lo. O chamado povo e muitos pré-adolescentes só tinham como objectivo formar filas nas barracas da Super Bock e do Licor Beirão. As ofertas de brindes aos consumidores eram aliciantes. Chapéus de palha, lenços para o pescoço e sei lá que mais. Só faltavam os martelinhos. Como observadora que sou reparei que, da parte do público, o maior entusiasmo era atingido com as palmas finais e assobios, numa espécie de histeria colectiva. Porque durante as actuações de GOLDFRAPP, PLACEBO ou EDITORS, o público encontrava-se distraido a clicar nos telemóveis, a transportar copos de cerveja, três e quatro por pessoa e a brincar com os chapéus-brinde. Uma barbárie digna do norte. Há uma diferença abismal de comportamentos entre festivais do Sul e do Norte. O som era desastroso, ao ponto de no segundo dia a banda EDITORS abandonar o palco por 20 minutos, porque estavam a receber choques dos instrumentos musicais. Incomprensão geral do público, pensava que era uma atitude de birra da parte dos Editors. Enfim, foi uma experiência na "máquina do tempo" de regresso à idade média. NUNCA MAIS.
1 comentário:
Eu não teria dito outra coisa. Talvez em vez de São João dissesse "desfile de Zés Pereiras" apenas. Aquilo chama-se um chiqueiro.
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