«um dos mais grandiosos e complexos monumentos da poesia portuguesa, um monumento barroco, em que alguns dos mais relevantes caminhos e experiências da poesia portuguesa confluem numa síntese poderosa, que congrega características aparentemente tão demarcadas e raramente conciliadas, como um discurso torrencial, por vezes próximo da prosa, e uma imaginação verbal inesgotável, por um lado, e, (...) por outro, como uma permanente dissecação da vida e da realidade quotidianas, em contraponto com uma antevisão, ora irónica, da morte própria e uma inquietação perante a morte alheia não menos constantes». Em seguida, o crítico reconhece estar diante do «autor dos poemas mais rigorosamente analíticos da realidade portuguesa, diria mesmo: é o mais fascinadamente realista dos poetas portugueses do século XX».
COLÓQUIO Letras, nº178, Dezembro 2011.
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