Sempre tive um fascínio pela agulha, pelo poder mágico da agulha.
A agulha é usada para reparar o estragado. É um grito contra o esquecimento."
De acordo com a sua biografia, a família de Louise Bourgeois tinha uma oficina de restauro de tapeçarias antigas na cidade francesa de Choisy-le- Roi. Os pais de Louise encarregavam-na de desenhar esboços das partes que faltavam nos texteis e de criar cartões para o seu conserto posterior. Bourgeois estudou matemática na Sorbonne. Na década de 30 , frequentou várias escolas de Arte, foi aluna de Léger e mudou-se para Nova Iorque em 1938. Um dos seus primeiros trabalhos foi Femmes-Maison ( Mulheres-Casa), figuras femininas cujos corpos consistiam parcialmente numa casa, numa crítica ao estatuto social e doméstico das mulheres.
Nos anos 60, levou o seu tema doméstico um pouco mais longe com Lairs ( Tocas): formas labirínticas, espirais, que se abrem para um espaço interior oco.
A maior parte das formas sexualizadas no trabalho de Bourgeois não são claramente "masculinas" ou "femininas.
Em finais dos anos 70, consolidou a sua posição na cena artística de Nova Iorque.
Só em 1982, já com 71 anos , o museu de Arte Moderna de Nova Iorque realizou a primeira grande exposição retrospectiva do seu trabalho.
Afinal todo o trabalho autobiográfico de Louise Boourgeois, as suas Cells (Celas), as suas Spiders ( Aranhas), todo o potencial deste trabalho, que fornece ao observador um ecrã de projecção das suas próprias construções de memória, foi e será como obra de uma mulher, sempre de aceitação difícil, por uma maioria que não quer ver. Prefere viver adormecida.
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