Ao destruir cada página multiplico dentro de mim as outras vozes. Fico consciente da sua existência e pergunto-me se valeu a pena. O sacrifício, noites de insónia, também a felicidade, reunidos em folhas num labor amante. "Escrevo, talvez, para manter a nascente aberta", diz-nos o poeta em cuja obra a palavra é pedra viva.
Entro na organização do dia pela sílaba clara e leve, busco na escuridão do livro o pensamento daqueles que erraram por caminhos semelhantes.
Isabel de Sá, oitavo livro, Escrevo para Desistir, 1986, integrado em Repetir o Poema, Quasi Edições, 2005
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