quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Poema de JOÃO BORGES

Cada pessoa enrola
um pouco mais
o pano preto da noite
à volta do meu corpo.

Agora, é lentamente
que me matam
e eu deixo. Fico parado
a sorrir, sem saber porquê.

Posso amar ou enlouquecer
quando te entregas,
sem rodeios,
na solidão das cidades.

Adormecidos no chão,
o brilho da pele,
nas gavetas o silêncio.
Escrevemos na parede,
sobre a cama,
que seria para sempre.

Brilho no Escuro, revista de poesia, nº1, edições anjo da guarda, Porto, 2009

1 comentário:

debora disse...

Muito bom esse Joao borges...