quarta-feira, 25 de julho de 2012

Poema de Manuel de Freitas



OS VELHOS DE VILA REAL



                         para o A.M.Pires Cabral



É à sombra, no improviso
de esplanadas contíguas
a tabernas, que preferem acabar
a vida. Já não bebem, pouco
dormem - o futuro é uma beata
que lhes caiu das mãos.



A minha vida acabou mais cedo,
mas não faço disso lamento.
Foi sempre inútil termos estado aqui
e nenhum chão, por muito que invoquemos
o cansaço, acolhe o desejo de não ser,



os meus indesejados versos.



Telhados de Vidro, nº4, 2005

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